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segunda-feira, 21 de março de 2011

SAL DA TERRA

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mateus 5: 13).
Quando Jesus disse isso aos seus seguidores, seu objetivo não era estabelecer uma metáfora superficial, mas sim para conscientizá- los do devido “peso” da decisão de segui- lo.
      O sal, no contexto judaico, tinha um significado muito profundo. Além das características naturais, como conservante e tempero, o sal na cultura judaica antiga fazia parte de um simbolismo todo especial. Em um nível social, comer sal com alguém representava compartilhar de sua hospitalidade, atribuindo a ele sua subsistência. Mais profundo ainda é o fato de que qualquer um que compartilhasse do sal de seu anfitrião tinha a obrigação moral de cuidar de seus interesses.
      Em uma esfera ainda mais importante o sal tinha uma relação direta com o ritual mais importante no relacionamento daquele povo com Deus, a oferta:

“Todas as ofertas dos teus cereais temperarás com sal. Não deixarás faltar às tuas ofertas de cereais o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal” (Levíticos 2: 13).

Deus estabelece que toda oferta deveria ser temperada com sal antes de ser oferecida, o que caracterizava um pacto incorrupto, que não podia violar. Assim sendo, além da preservação da carne e da adição do sabor, o sal lembrava o povo de Israel de sua aliança imutável e eterna com o grande “Eu sou”. A partir daí surge à chamada aliança de sal:

“Todas as ofertas sagradas que os filhos de Israel oferecem ao Senhor, dei- as a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo. È a aliança perpétua de sal perante o Senhor para ti e para a tua semente contigo” (Números 18: 19).

O que caracterizava uma aliança inquebrável e irrevogável. Isso nos revela uma grande verdade importantíssima a respeito desse simbolismo bíblico. Quando um judeu se referia ao sal, ele não se referia apenas a um tempero comum. Assim, Jesus não estava apenas fazendo uma metáfora vazia, mas queria passar uma mensagem. Nós somos o sal da terra, o povo que reflete a aliança do Altíssimo com a humanidade. Nossa salvação se baseia em uma aliança eterna, inquebrável e irrevogável, que deve ser manifestada em nós e através de nós.
       O sal salga por natureza. Não é preciso um incentivo, um experimento científico ou uma mistura com outro condimento. Sua natureza é salgada, sua tendência é salgar. Da mesma forma, nossa natureza reflete a aliança com o todo- poderoso e nossa tendência constante deve ser a de temperar o mundo e proclamar a aliança.

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como deveis responder a cada um” (Colossenses 4: 6).

Mas o que fazer se tal aliança for violada? O que aconteceria se ela fosse simplesmente tratada com descaso? Qual seria o destino do sal insípido?

“Comer- se- á sem sal o que é insípido, ou haverá sabor na clara de ovo?” (Jó 6: 6).

A resposta de Jesus é categórica: “Como restaurar ao sal o seu sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens”. A analogia é a seguinte: Uma vez banalizada a aliança, esta perde o seu valor.
       O ritmo frenético da vida moderna tem desviado a igreja de seu verdadeiro propósito. Nossa fé tem se resumido à satisfação instantânea de nossos desejos. Por esse motivo muitos lideres e muitas igrejas estão atendendo o desejo do povo. Água “ungida”, rosa, celular “ungido”, sabonete, martelo da justiça, lençol mágico e todo tipo de patuá ungido. No “evangelho” dos aladins modernos, tem de tudo menos a aliança do sal. Para esses, a Bíblia é uma mera lâmpada encantada, basta citar uns versículos de “poder” e fazer três pedidos, que o agraciado recebe na hora o seu desejo.
       O cristianismo moderno tem mais a ver com o melado do que com o sal. Procura- se mais adoçar a vida do que salgar o mundo. Valoriza- se mais a obtenção de bens que satisfaçam o ego do que demonstrar o valor da aliança. Inúmeras vezes ressaltamos o iminente castigo sobre aqueles que viram suas costas à mensagem da salvação, mas esquecemos do destino daqueles que devem salgar o mundo com tal mensagem, e negligenciam seu dever. Para nada mais presta senão para, lançado, fora, ser pisado pelos homens!

“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal, que fazem da escuridade luz, e da luz escuridade, que põem o amargo por doce, e o doce por amargo” (Isaías 5: 20).

Ai daqueles que se esquivam do seu papel como discípulo. Será lançado à terra e misturado com o mundo. Deixará de fazer diferença e passará a ser confundido com o chão em que os ímpios pisam. Não é isso que esta acontecendo com nossas igrejas? Verdadeiras gangues estão tocando em nossos altares, lideres escondendo dólares dentro de bíblias, construindo verdadeiros impérios à custa do povo? Artistas Gospel arrastando seus milhares de fãs.  Não conseguimos diferenciar um show de um artista gospel de uma banda do mundo.

“Quanto ao teu nascimento, no dia em que nascestes não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água, para tua purificação; nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em faixas” (Ezequiel 16: 4).

        Note que não é preciso ser veneno, apenas deixar de ser sal. Nosso mundo apodrece dia após dia, nossa sociedade sofre a influência satânica que a permeia. E nossa função é salgar. É proclamar a aliança que temos com Deus. É deixar de nos corrompermos com o veneno da maledicência, do estrelismo, da fofoca, do orgulho e do egoísmo, para impregnarmos o tempero de Cristo na vida das pessoas. É espalhar o bom perfume de Cristo em um mundo mal cheiroso. É proclamar cada vez mais alto a mensagem da cruz, ainda que por causa desta mensagem sejamos perseguidos. A vida cristã não se encerra no momento em que nos tornamos cristãos, ela começa nesse momento! Daí para frente temos o compromisso de ser sal. Qual Evangelho você esta vivendo? O do sal, ou melado? Jesus nos alertou das conseqüências de perder o sabor! Pastor Elias Fortes

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